O juiz que ordenou a reabertura de bares no País Basco: “Os epidemiologistas são médicos de família que fizeram um curso limitado”.
24 horas antes da decisão que anulou as restrições do Governo basco participou num talk show na rádio no qual criticou os peritos. (o áudio de 1 minuto 41 segundos encontra-se no artigo abaixo, embora se coloque por escrito abaixo no artigo):
O magistrado do Tribunal Superior de Justiça do País Vasco, Luis Garrido, o relator do despacho que permitiu a reabertura da hotelaria, nos municípios bascos em alerta vermelho por elevada transmissão do coronavírus e que anteriormente levou ao segundo estado de alerta em Espanha para anular outras restrições do Governo basco, participou 24 horas antes de emitir a decisão num talk show na Rádio Popular em que criticou duramente os epidemiologistas e em que não foi inibido de emitir as suas opiniões, sobre a questão sobre a qual tinha de resolver. “Um epidemiologista é um clínico geral que fez um curso limitado. Não há doutoramento nisto”, brincou o juiz.
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As suas palavras literais foram as seguintes: “No caso da epidemiologia, não é tão avançada como parece. Vamos dar um exemplo: vamos supor que em Bizkaia as doenças sexualmente transmissíveis aumentam em 2000%. E eu, o grande epidemiologista da área, apareço e digo: ‘Muito fácil. Passa-se dois anos sem relações sexuais e a curva vai descer. Para dizer isto, eu não acrescento qualquer valor. Agora que lhe dizem: ‘Para o vírus descer tem de ficar em casa, não falar com ninguém, não fazer absolutamente nada’. Para dizer isto, eles sabiam-no na Idade Média. […] Ou mesmo mais cedo nos países árabes”.
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O juiz – que até fez uma piada sobre o processo aberto porque comentou que a COVID-19 era um tema “recorrente” nos talk shows – acrescentou que “o epidemiologista é um clínico geral que fez um cursito”. “Não há doutoramento nisto. Claro, para dizer que ficamos em casa … O valor acrescentado deste trabalho é muito pouco”, concluiu. Garrido também acredita que as medidas governamentais são “todas aleatórias”. “Não há provas científicas. A ciência tem pouca influência aqui”, diz ele.
Ele citou como exemplos: Valência teve as medidas mais duras no Natal “com muita diferença” e logo depois teve um forte ressalto. Por outo lado, Tenerife teve também muitas restrições e teve em Janeiro uma taxa de incidência do vírus até dez vezes mais baixa do que a média espanhola.
Apesar disso, é dada a circunstância de, na resolução citada nos epidemiologistas genéricos, se argumentar que a hotelaria não produz um aumento nos casos de coronavírus. Textualmente, assinala que “uma parte importante dos epidemiologistas” compreende que a indústria da hospitalidade não representa um maior risco de infecção porque “cerca de 80%” dos positivos são gerados em espaços privados. Também não citam quais os peritos que o apoiam ou quantos deles existem.
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“Acabou-se os confinamentos”, frase do WhatsApp do juíz
O Juiz Luis Angel Garrido Bengoetxea tem como frase no seu perfil WhatsApp” no more lockdown”, que pode ser traduzido como “não mais confinamento”. pessoas chegadas ao magistrado, dizem que é o título de uma canção de um dos seus artistas favoritos, Van Morrison, uma canção publicada em 2020 e com forte acusação argumentativa na sua letra contra as restrições impostas para impedir a expansão da COVID-19.
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A canção tem outras frases tais como “no more Goverment overreach” (“acabaram-se os excessos do governo”), “no more taking our freedom” (“acabou-se a tomada da nossa liberdade”) ou mesmo “no more Imperial College scientists maskin’ up crooked facts” (“acabaram-se os cientistas do Colégio Imperial inventando factos tortuosos”). As pessoas chegadas ao juiz indica que ele é um seguidor do artista e da sua música e que há algumas partes da letra, ele não partilha, particularmente a qualificação de “fascista” que é dada à polícia. “Em qualquer caso, não é um perfil numa rede social pública, tal como o Twitter. É algo privado”, indicam estas fontes, embora suponham que se ele tivesse conhecido a agitação gerada teria optado por outra referência.
Garrido não vê motivos para uma possível contestação. “Se ele tivesse preferido ‘Cocaína’ de Eric Clapton, seria desqualificado para julgar casos de tráfico de droga?”, pergunta a sua comitiva. O juiz recusou-se a dar entrevistas porque – assegura ele – o caso ainda não está totalmente resolvido.
nota suplementar deste site:
Sobre a ação popular movida cá em Portugal, prevê-se uma primeira decisão em maio de 2021:
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FIM